Há dias em que o tempo pára e o vazio faz-se de casa, sem porta de saída ou janela para que se possa saltar fora. Fugir.
Há dias em que ficar deitada imóvel, parece ser tudo o que dê para fazer. Porque não há quem te agarre, quem te puxe. Não há força, não há vontade.
Há o sufoco, há o sentir do coração a bater da cabeça aos pés, há os apertos constantes no peito, há a dor e o tremendo nó na garganta. Mas nada sai... Não há expressões, não há explosões, não há o deitar para fora, o soltar e deixar ir. Nada se solta e tudo se prende, porque nada quer sair daqui de dentro, simplesmente.
Logo eu, com tanto para deitar cá para fora, com tanto para dar, doar, dançar e gritar... fico parada, presa.
Afogam-me e atiram-me ao abismo. E eu nado e eu escalo, mas vencem-me pelo cansaço, pela fraqueza, pela fragilidade.
Dominada pelos pensamentos, assombrada pelos sonhos.
Cá dentro não é seguro, não há paz, mas tudo bem... por fora está tudo bem.
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