Sou o não conter, o não calar, o querer sempre mais.
Sou o silêncio, o sossego, o controlo.
Sou o que tu queres ver e não sou minha.
Sou o que quero e ninguém me vê.
Sou a alma despida em que tu não páras o olhar para observar, mas vais olhando.
Sou a que passa despercebida na multidão.
Sou o sujeito inexistente mas que está sempre presente.
Sou a que não é observada mas que te observa.
Sou o movimento no mesmo lugar.
Sou o ser cheio de vida que se sente morta na maior parte dos lugares.
Sou a que procura constantemente aquilo que umas vezes acha, mas perde sempre.
Sou a revolta, o drama, o vazio, o erro.
Sou a mente barulhenta que ninguém ouve.
Sou o coração que vive de emoções, a alma que pede por experiências.
Sou a incompreendida.
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