quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

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Sou o excesso. Sou transbordos infinitos. 
Sou o não conter, o não calar, o querer sempre mais. 
Sou o silêncio, o sossego, o controlo. 
Sou o que tu queres ver e não sou minha. 
Sou o que quero e ninguém me vê. 
Sou a alma despida em que tu não páras o olhar para observar, mas vais olhando. 
Sou a que passa despercebida na multidão. 
Sou o sujeito inexistente mas que está sempre presente. 
Sou a que não é observada mas que te observa. 
Sou o movimento no mesmo lugar. 
Sou o ser cheio de vida que se sente morta na maior parte dos lugares. 
Sou a que procura constantemente aquilo que umas vezes acha, mas perde sempre. 
Sou a revolta, o drama, o vazio, o erro. 
Sou a mente barulhenta que ninguém ouve. 
Sou o coração que vive de emoções, a alma que pede por experiências. 
Sou a incompreendida. 

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