quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Carta de ti para mim

Desculpa. 
Desculpa por teres sido magoada antes e mesmo assim te teres permitido a abrires-te a mim, com todas essas tuas mazelas, com todas essas tuas inseguranças, com todas essas tuas paranóias, que eu deveria ter segurado como tentaste segurar as minhas, mas ainda assim eu fui uma merda e saltei do barco. 
Desculpa todas as palavras que te fiz levar a sério, ou todos os segundos que te fiz perder com esses sufocos no peito, ou por todas aquelas insónias que eram a tua melhor companhia naquelas noites. 
Desculpa por todos os verbos que conjuguei no futuro como se eles fossem tão certos como era o presente naquela altura (pensavas tu...). 
Desculpa por num dia ter dito que sim e logo no outro já não saber de nada.  
Desculpa ter dito que iria estar lá, quando não estive. Ou quando mesmo assim me procuraste e eu te neguei tudo, até o que podia ter ficado.  
Desculpa por todo aquele orgulho que tu não tiveste, ou aquela falta de amor próprio, e foste atrás uma e outra vez e eu mesmo assim simplesmente não quis saber. Como se fosse a coisa mais fácil do mundo...  
Desculpa só ter dado valor depois de ter perdido.  
Desculpa o clichê do "quem me dera ter sido doutro jeito" ou "quem me dera poder voltar atrás". 
Desculpa ser mais uma pessoa que em todos estes anos te fez sofrer um pouco mais.  
Desculpa ter sido um alimento para os teus traumas.  
Desculpa dizer-te isto e não ser pessoalmente. 
Desculpa fazer-te acreditar que sinto culpa, quando se calhar só tenho saudades dos momentos e estou carente. 
Desculpa... mas não me desculpes. Não mereço. 
Corações grandes perdoam, mas nunca esquecem. 
 Eu desculpo(-te/vos). Apenas não quero mais saber.

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